Blog
Para todos aqueles que já foram assediados moralmente na empresa
Dez da manhã, um dia comum qualquer na empresa. Meu ramal toca e a tal “Consultora” com 30 anos de experiência na área me chama na sala dela. Ao adentrar observo que não há ninguém na sala, mas, para minha surpresa, a consultora que se auto-intitulou “gerente” está escondida, atrás da porta, e, rapidamente fecha-a e me tranca com ela na sala.
Eis que inicia um dos piores momentos da minha vida. O terror tomou conta de mim, pois, era uma sala projetada em um prédio com acústica, onde você pode “morrer de gritar” que nos corredores ninguém o ouvirá.
O que houve naquela sala foi uma proposta a mim:
“dê-me o dinheiro do caixa e tudo ficará bem”.
A minha recusa foi suficiente para conhecer o lado psicótico de uma profissional, com mais de 60 anos, de fala mansa, calma no andar, com um poder de persuasão absurdo, enfeitiçando a alta cúpula da gestão, com seu discurso bonito sobre a experiência que tinha no segmento, que chegou de mansinho, com uma conversa fiada de que era consultora, fazendo juras de que me tiraria do cargo em que ocupava.
Por inveja? Talvez!
Se é que existe alguém nesta Terra capaz de sinalizar o dia e hora que marcam o início de uma síndrome do pânico, esse alguém sou eu!
Sim, a partir daquele triste episódio, sofri por muito tempo de crises de pânico, em silêncio... Emagreci mais de 10kg, e que foram vistas pela empresa como “frescura”, talvez você esteja um pouco cansada! Acho que você está exagerando!
O fato de ter me trancado na sala me deixaram inúmeras sequelas, por anos! Pois, ainda fui obrigada a dar os meus sapatos e os meus brincos para que a “consultora” os vestissem e se sentisse a minha pessoa!
Sim! Isso é verdade! Aconteceu comigo! Em uma manhã chuvosa, por volta das 10 horas.
E hoje, já livre do que vivi, olhando para trás e revisitando o meu passado, resolvi dividir essa história com você, que talvez esteja passando por algo parecido.
Com propriedade, quero deixar aqui alguns “conselhos” (não gosto muito dessa palavra) então vou substituí-la por “dicas” ou “sugestões”:
- Você não é uma árvore, você pode sair da empresa;
- Não espere adoecer para tomar atitude, saia enquanto é tempo;
- Seus amigos de trabalho são apenas seus colegas. Dificilmente eles ficarão do seu lado quando você mais precisar;
- As pessoas que se aproximaram de você por causa do seu cargo, serão as primeiras a mudarem de calçada quando te virem na rua;
- Não é verdade que se você pedir demissão não encontrará outro emprego. Quem é competente sempre se estabelece;
- Não aceite menos do que ser “celebrado” na sua empresa. Se hoje você é “tolerado”, caia fora;
- Trabalho é uma parceria. Você trabalha e a empresa te paga! O respeito é obrigatório;
- Denuncie qualquer tipo de abuso e não abaixe sua cabeça. Se você estiver certo, vá até o fim.
E por último, quero registrar aqui com letras garrafais A VERDADE SEMPRE APARECE! O bem sempre vence o mal. O mundo dá muitas voltas e em pé, hoje, assisto a minha vitória!
Desejo de coração, que você também encontre o seu caminho, mas, encoraje-se para que isso aconteça!
Um carinhoso abraço,
Dra. Érica Belon
Doutora em Administração de Negócios - UNIMEP
Mestre em Educação - UNISAL
Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios
Pesquisadora, Professora e Empresária